A geração home office

Por ser algo relativamente novo no Brasil, muitas pessoas ainda não entendem muito bem como o home office pode funcionar, e essa falta de conhecimento acaba gerando certo preconceito, pois essas pessoas, equivocadamente, costumam associar o trabalho feito em casa com preguiça, falta de disciplina, produtividade e credibilidade, principalmente por não ter um superior supervisionando o trabalho do funcionário o tempo todo.

A tradução literal de home office é “escritório em casa”. Apesar da tradução, esse termo não é utilizado apenas para designar trabalho em casa, mas também todo espaço alternativo aquele determinado por uma empresa. Então, pode se fazer home office em casa ou também em um café ou um hotel por exemplo.

Em contrapartida ao preconceito, pesquisas mostram que essa modalidade de trabalho na verdade tem aumentado significativamente a produtividade dos funcionários que o aderiram, pois possui diversas vantagens:

  • Planejar suas tarefas com horários flexíveis;
  • Economia de tempo pela não necessidade de deslocamento à empresa;
  • Menos stress por não precisar enfrentar trânsito;
  • Passar mais tempo com a família;
  • Alimentação mais saudável;
  • Maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal;
  • Economia em custo com aluguel no caso de empreendedores.

Todos esses pontos resultam em maior concentração e produtividade, mas embora as vantagens sejam muitas, ainda existem os pontos negativos:

  • Pode dar sensação de isolamento social;
  • Demais moradores da residência podem atrapalhar, se não respeitarem a rotina de trabalho do funcionário;
  • Em casa o funcionário está sujeito a muitas distrações, como barulho, fácil acesso à tv e até mesmo uso desenfreado das redes sociais, o que pode acarretar falta de concentração. Portanto, é necessário disciplina e comprometimento;
  • Engana-se quem pensa que trabalhar em casa significa ficar de pijama o dia todo. É necessário encarar o home office com seriedade, trabalhar com roupas adequadas, ter uma agenda com as tarefas a serem realizadas e estabelecer horários para começar e terminar o trabalho.

Apesar dos pontos positivos, confesso que o preconceito em torno do home office já me fez questionar se eu devia abandona-lo e abrir um escritório de arquitetura para facilitar a captação de clientes, e até pouco tempo atrás esse era um dos meus objetivos.  Após muita reflexão eu decidi abandonar a ideia, pelo menos por enquanto, e eu vou explicar o porquê.

No meu caso os pontos positivos pesaram muito mais que os negativos, pois sou uma pessoa disciplinada que trabalha muito bem sozinha e consigo me concentrar melhor trabalhando em casa do que em um escritório. A liberdade e a flexibilidade de horários também afetam muito a minha paz de espírito, me deixam mais feliz e consequentemente produzo mais e melhor.

A minha decisão de locar um ponto comercial ou não, se baseou apenas na questão de captação de clientes. Como infelizmente no Brasil ainda existe preconceito com o home office, ao contrário de outros países onde a prática é considerada perfeitamente normal e adotada por muitas empresas (nos EUA, 40% dos trabalhadores utilizam home office), tinha o receio de que isso poderia afetar negativamente os meus negócios. Porém, como na maioria das vezes não atendo somente o público da cidade onde resido, locar um ponto comercial atualmente poderia ser um “tiro no pé”, pois eu continuaria indo até os meus clientes atendendo-os em um café ou remotamente (costumo atender também por chamada de vídeo quando necessário), para me adaptar melhor aos seus horários. Além disso, sinto que eles gostam dessa comodidade e a veem como vantagem. Nesse caso, um ponto comercial impactaria muito pouco nas minhas vendas e poderia até me trazer prejuízo. Para minha sorte, o meu público é moderno e nunca senti que o fato de trabalhar home office fosse um fator determinante para o fechamento de uma venda. Pelo contrário, o fator determinante sempre foi o meu trabalho e sua qualidade, não o local onde ele é feito. Por isso, até eu resolver aumentar minha demanda de trabalho e consequentemente minha equipe, pretendo continuar com o home office pois tem funcionado muito bem para mim.

É claro que o home office não funciona para todos os profissionais nem para todas as empresas, alguns trabalhos exigem a utilização de equipamentos que não podem ser retirados da empresa ou exigem a interação exclusivamente presencial com outras pessoas, por isso, quando possível, algumas empresas aderem o home office parcial (apenas em alguns dias na semana) para superar esses obstáculos.

O home office também depende muito de perfil pessoal, pois algumas pessoas podem não se adaptar bem a uma forma de trabalho mais isolada. Uma dica para avaliar se seu perfil profissional é compatível com home office é ler o livro “Gente que convence” do especialista em negociação, vendas e gestão de pessoas, Eduardo Ferraz. O livro contém testes pra avaliar seu perfil e ferramentas para melhorar seus resultados pessoais e profissionais. (Não estou sendo paga pra divulgar o livro, mas se a editora quiser me patrocinar eu aceito…rsrs)

Se o seu trabalho pode ser realizado em casa, eu sugiro que avalie os prós e contras e considere se tem o perfil para aderir a essa modalidade, pois na minha opinião e de especialistas, essa é a modalidade de trabalho do futuro!

Se quiser saber mais sobre home office e dados de pesquisa, confira essa matéria do Exame sobre o assunto no Brasil: https://exame.abril.com.br/revista-exame/mais-trabalho-de-casa/

Espero que tenham gostado do conteúdo!

Abraços

Arquiteta Karen Cavalcante

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